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Seis Passos Para o Autoconhecimento

O Editor: Marcia S.
Quem sou eu? 
 
Muitas vezes pensamos saber a resposta a esta pergunta e paramos de formular a questão. Porém, para conhecer-nos realmente, temos que estar cientes dos fatores que nos fizeram ser como somos, o que formou nossa personalidade e crenças, e influenciou decisivamente nosso comportamento e pensamentos.
 
Então, se você quer descobrir o que o perturba, por que você pensa e age desta ou daquela maneira, este procedimento que apresentamos a seguir pode ser de muita valia. Ele é aplicado em vários cursos de psicologia nas universidades, para ajudar os alunos a se autoconhecerem e, assim, melhor compreender seus pacientes.
 
 
 
Mas atenção! Este NÃO é um teste de cinco minutos, e sim, um guia sério para você traçar um verdadeiro mapa da sua identidade. Pode levar 30 minutos ou várias horas de profunda reflexão. É um exercício que pode ser feito várias vezes ao longo  do tempo, e você sempre descobrirá que há algo a acrescentar.
 
Evidentemente, quanto menos detalhes você fornecer, mais rápido será o teste. Ainda que as respostas não sejam tão completas, ainda assim serão verdadeiras. Portanto, você pode dedicar pouco tempo a este exercício e gradualmente acrescentar as informações que quiser,  e assim torná-lo mais preciso e informativo. A escolha é sua!
 
Para o procedimento tenha à mão uma caneta — ou lápis — e papel, ou escreva num arquivo de texto no computador.
 
 
1º Passo: Sua primeira identidade.
 
Pergunte-se estas 4 questões:
 
1. Quando foi que  você sentiu que tinha uma real identidade?
 
2. Que idade você tinha?
 
3. Quanto daquela criança ainda está em você?
 
4. Quanto vocês ainda têm em comum?
 
A maioria das pessoas constrói uma identidade própria durante a infância e, seja o que for que venham a acrescentar a essa identidade nuclear, elas sempre SENTEM-SE como aquela criança do passado, que apenas enfrentou  algumas experiências na vida. Com o passar dos anos, tendemos a esquecer aquela criança e nem sabemos mais se nos identificamos com ela.
 
Então, sente-se e pense sobre aquela criança ou adolescente. O que, de SEU, você ainda percebe NELA? Vocês têm a mesma personalidade? A mesma atitude perante a vida?
 
Escreva as primeiras coisas que lhe vierem à mente (quanto mais você escrever, mais acurado será o processo).
 
 
2º Passo: Os eventos que contribuíram para a sua formação
 
Volte no tempo para as suas primeiras lembranças, e escreva as GRANDES lembranças, os acontecimentos que lhe vêm à mente quando você pensa sobre a sua vida. São as lembranças das quais você não pode escapar e estão relacionadas, de alguma forma, a tudo o que você pensa e a tudo o que você é. Seus grandes amores, suas grandes decepções, seus maiores traumas e medos.
 
Nossas lembranças e experiências formam a nossa maneira de ser. Não apenas mentalmente, mas também em termos biológicos, fazendo com que neurônios se conectem com outros neurônios. Ao se conectarem, os neurônios criam uma nova influência sobre suas lembranças e, em alguns casos, sobre a maneira como você reagirá às coisas novas ou pensará sobre as antigas.
 
Por exemplo, um trauma envolvendo a mordida de um cachorro poderá fazer com um neurônio ou um grupo de neurônios representando cachorros se conectem com outros neurônios que ativam uma reação de medo. Isto significa que nosso cérebro realmente MUDA de acordo com as nossas experiências, especialmente as mais significativas.
 
Livros, filmes e coisas que aprendemos também são experiências importantes. A leitura de um livro pode ter tanto peso na sua vida quanto uma experiência vivida. E na área das experiências, elas podem ser costumes e tradições ensinadas por seus pais, seus parentes, sua cultura.
 
Acrescente essas coisas à lista.
 
3º Passo: Pessoas que influenciaram a sua vida
 
Pessoas que foram parte da nossa vida têm tanta influência sobre quem nos tornamos quanto as experiências pelas quais passamos. Portanto, ainda não é hora de largar a sua caneta, pois agora é hora de voltar novamente, e contar pelo menos 10 pessoas que influenciaram a sua vida. (de novo, você escolhe quantas quer incluir na lista)
 
Olhe para esses nomes e pergunte-se: "O que eu aprendi com essas pessoas? O que eu levei delas comigo, e o que mudou em mim depois que elas surgiram na minha vida?"
 
Acrescente as respostas que você encontrou àquelas que você encontrou nos dois primeiros passos.
 
4º Passo: Como tem sido a sua vida recentemente?
 
As pessoas se ajustam às circunstâncias. O que temos feito ultimamente pode ser tão ou mais importante do que coisas que aconteceram há muito tempo porque elas nos influenciam no presente.
 
Pense nos últimos cinco anos (ou o maior período durante o qual você tem vivido da mesma maneira, com os mesmos hábitos) — quais são as diferenças entre quem você era antes de viver assim, e quem você é agora? Quais são os hábitos que você tem agora? Quais são as pessoas que você vê com mais frequência e que lhe provocam maior impacto?
 
Certos hábitos podem nos modificar bastante. Eles tornam-se parte de quem somos, como reagimos e até mesmo como pensamos sobre nós mesmos.
Adicione essa reposta à crescente lista de influências na sua vida.
 
 
5º Passo: O que você odeia e evita?
Force um pouco os seus limites e faça a si mesmo essas difíceis perguntas:
 
- Quais são as coisas contra as quais você sempre será e jamais aceitará?
- Quais são as coisas que você decidiu que jamais irá experimentar?
 
Essas coisas podem ser, por exemplo: esportes radicais, queda livre, drogas, diversos hobbies, tipos de pessoas que você evita ou detesta, ideologias com as quais não concorda, tipos de comida, animais que você teme etc.
 
As coisas que detestamos, tememos ou evitamos não nos definem menos do que as coisas das quais gostamos. Devido ao fato de evitarmos pensar sobre tais coisas no nosso dia a dia, muitas vezes nos fechamos para sempre em relação a essas opções. Não se trata de forçar-se a gostar delas, mas sim, de compreender POR QUE você as detesta e como isso influenciou a sua vida.
 
Pode ser um evento traumático, como a mordida do cão no exemplo do 2º Passo. Pode ser apenas uma intuição, uma repugnância física em relação a um assunto. As pequenas coisas do nosso passado, especialmente na primeira infância, podem ter enorme influência sobre o que não gostamos. Tais fatos moldam nossa maneira de reagir, de nos conduzir, e mesmo pensar. O medo é um grande motivador, e pode exercer uma enorme influência na nossa vida.
 
Não tenha receio em formular e responder a essas difíceis questões.
 
Acrescente as respostas à lista de coisas que influenciaram a sua vida.
 
6º Passo: Construa um mapa de quem você realmente é.
 
Muito bem. Agora você tem uma bela pilha de fatos na sua frente. Vamos organizá-los?
 
Você deve ter uma lista com as influências mais importantes na sua vida, mais a identidade inicial que você criou na sua infância.
 
Volte àquela criança da primeira lista, e pense bem na lista de diferenças entre você e aquela criança. É muito importante que você encontre quantas diferenças puder nas suas atitudes, pensamentos, crenças e sentimentos.
 
Esta lista de diferenças é o seu mapa para entender o que foi acrescentado à sua identidade inicial para formar que você é agora.
 
Agora, atribua a cada diferença uma curta descrição (p. ex.: tornar-se mais receoso, não gostar de cidades grandes, temer cães) e conecte cada diferença às experiências, pessoas, coisas detestadas e hábitos de todos os passos anteriores fazendo linhas simples a partir do nome da diferença em direção aos itens na lista que criaram tais diferenças.
 
Um exemplo simples de como deverá se parecer:
 
 
 
Essas são as "correntes de influência" que moldaram quem você é, tudo o que foi construído a partir daquela primeira identidade. Mesmo que se sinta completamente diferente agora, é importante saber onde você começou e como chegou até aqui.
 
Você vê os caminhos que lhe trouxeram até aqui? Eles são tão você quanto era aquela criança, e, às vezes, são até mais. Não tente apegar-se àquela primeira identidade, mas reconheça os degraus que lhe trouxeram até onde está hoje.
 
Elabore uma nova lista e organize apenas essas correntes (ou diferenças). A tabela à sua frente deverá estar ainda muito complexa, pois é isto o que somos: pessoas complexas, com identidades complexas. Não existe uma resposta simples para quem somos nós. Somos muito mais do que o nosso gênero, crenças, idade ou etnicidade. Somos muito, muito mais do que isso. 
 
Os itens que formam as diferenças entre você e aquela criança, quando adicionados às  qualidades iniciais que você possuía — são VOCÊ.
 
Essa tabela é um mapa daquilo que faz de você a pessoa que você é hoje. Guarde-o, acrescente mais coisas a ele, e estude-o. Lendo esses fatos no papel, as respostas reais para quem você é, lhe farão conhecer-se melhor, entender melhor suas decisões, suas ideias e sentimentos. Esperamos que você faça bom uso dessa nova compreensão.
 
Lembre-se: É muito importante que você ame a pessoa que você é. Aceite o caminho que lhe trouxe até aqui, e fique em paz consigo mesmo!
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